Quarta-Feira Fotos. Ciclope.

Janeiro 23, 2013
Quarta-Feira Fotos. Ciclope.

Bloco: Toca da Raposa, Serra da Freita. Escalador: Vitor Baptista. Foto: Sérgio Martins


Quarta-Feira Fotos: Toca da Raposa.

Janeiro 16, 2013
Quarta-feira Fotos. Toca da Raposa.

Bloco: Toca da Raposa, Sector Delta Idóia, Serra da Freita. Escalador: Sérgio Martins. Foto: Vitor Baptista.


Quarta-Feira Fotos: FreitaTech.

Outubro 3, 2012

Filipe Carvalho num dos melhores blocos da Serra da Freita, o FreitaTech. Foto: Oldemiro Lima.


Quarta-Feira Fotos.Viveiros.

Dezembro 7, 2011

Nuno "Topas" nos Viveiros da Granja, Serra da Freita. Foto: Sérgio Martins.


O Resgate do Soldado Magno

Dezembro 11, 2009

Na génese de um bom nome de uma via de escalada ou problema de bloco tem, em minha opinião, de haver uma boa história. Daquelas que recordamos sempre com um sorriso fazendo-nos lembrar bons ou intensos momentos.

Aproveitando a onda das fissuras, que terá este fim-de-semana uma gala com concerto de vários maestros, mostramos este vídeo onde se aprende de tudo menos a escalar uma fissura com eficiência.

Vários maestros do bloco, tentam progredir como podem por uma fissura, – A Fissura da Granja – entalando-se somente quando absolutamente necessário. Uns ficam entalados, literalmente. Outros conseguem, no final, a ascensão, com poucos “entalanços”, mas conseguindo a repetição.

O bloco que dá nome a este post é um projecto que ficou ao lado da fissura em questão.

A fissura em si, aparece num bloco com cerca de 5 metros nos Viveiros da Granja, na Serra da Freita, começa extraprumada em fissura de mãos e depois na passagem para a vertical passa a “mãos e punhos”. Foi aberta pelo Americano Richard Cilley na sua estadia pela Serra da Freita, ver Um Fantasma na Freita. Primeiro, fez o bloco em pé e depois trabalhou a entrada sentada até conseguir ligar tudo, sempre sozinho e sem crashspads. Só para maestros, mesmo. Lembro-me de ele me ter dito que era hard, não sei bem o que isso significa na escala esotérica da classificação de fissuras, mas uma coisa sei, para escaladores, digamos “de face”, será sempre f#@$%hard.

Portanto, a fissura foi repetida, e abriu-se e ficou como projecto mais um magnífico bloco: O Resgate do Solado Magno, a ver nas cenas dos próximos capítulos.


O Palpite

Outubro 21, 2009

Novo bloco na Serra da Freita. Um projecto limpo na época passada mesmo ao lado da fissura O Gnomo e a Fada V1cs, um dos nossos blocos NB:). Um muro vertical em presas fugidias, levam a uma lateral que na transição para a placa permite um semi-dinâmico para o puxador do Gnomo – salvo seja , do qual podemos sair com facilidade. Um bloco raro e excelente, como costumam ser os blocos da Freita.

Entretanto o CEM está a aceitar inscrições para a ante-estreia do “Abertura de Caça”, na Quinta-feira às 21.30, que podem ser feitas por este e-mail: cem.escalada@gmail.com.

Não faltem. O programa das festas inclui uma versão do vídeo bastante maior do que a que vai para a net na sexta-feira. Vai ser revelado algo mais sobre o “Área 32” e por último projectaremos o “Trilogia do Aço”. Tudo boas razões para aparecer, mas a principal é mesmo contribuir para a realização do futuro muro de escalada, que como poderão ver no local: mais do que promete.


Recordações da Época Passada

Setembro 29, 2009

mãos vendadas

Um Fantasma na Freita

Agora? Vienen agora!?

Freita. Uma sexta-feira ao fim do dia. Sessão nocturna de bloco. A pergunta vem de um estranho vulto, que vemos ao longe, à medida que nos aproximamos de um dos sectores dos Viveiros da Granja.

Quem será? Perguntamo-nos imediatamente. A probabilidade de encontrar escaladores de bloco na Freita são reduzidíssimas, quanto mais a escovar e de noite.

O vulto está tão espantado como nós. Há duas semanas que vive – literalmente – na Freita, a escalar, não tendo visto ainda um único “blocador”, e quando finalmente aparecem, é de noite, mesmo para um tipo muito vivido no mundo da escalada, é demais.

E, acreditem que é vivido, 52 anos, e toda uma vida dedicada à escalada, principalmente às fissuras que o levaram a uma busca incessante por todos os Estados Unidos e a passar pelo menos os últimos 10 anos em Espanha, vivendo em zonas de bloco.

E, afinal somos velhos conhecidos, é Richard Cilley, uma personagem com quem me tenho cruzado esporadicamente ao longo dos últimos anos em Espanha. E cuja abordagem da escalada é no mínimo singular.

Um lento remar contra a maré: fazia bloco em Espanha quando ninguém sonhava com tal. Uma abordagem muito pessoal, com objectivos muito concretos, da escalada. Um total – aparentemente – desprezo pelo reconhecimento dos seus pares. Uma visão desassombrada e ácida do “mundinho” da escalada, própria de quem já viu tudo e não espera nada.

Portanto, a escalada reduzida à sua forma mais pura, Bloco, sem crashpad, apenas uns pés de gato rotos e algum magnésio, fornecido por escaladores que encontra ocasionalmente.

Diz-se sem força para bloquear, “ Já não tenho power, fui até ao fim da linha, acreditam que já não consigo fazer um tracção de braços?”. É difícil acreditar, ao vê-lo a escalar. Por outro lado é muito belo pensar numa escalada com total ausência de força, apenas a primazia da técnica a vir ao de cima, puro movimento sobre rocha.

Move-se de forma lenta, e ainda mais lenta quando escala, como se existisse noutra dimensão temporal, e de facto existe. Um tempo criado por ele próprio, sem constrangimentos sociais, vivendo apenas com o essencial. Uma existência reduzida ao mínimo, mínimo mesmo: “ Como é que cozinhas? Há, uso uma can, como se diz? Lata, sim é isso, e álcool, não preciso de mais nada”.

No entanto não está desfasado do nosso tempo, consulta a Internet, participa em fóruns, principalmente para pesquisar novas zonas para onde ir, mas “sempre em bibliotecas públicas”. E tem opiniões muito singulares e fortes reminiscências de uma ética cimentada há muitos anos: “existe esta fissura, um tecto, na Galiza, incrível. Acreditas que estava um tipo a faze-la e a meio deixou cair um pé apoiando-se com ele no chão, continuou depois a escalar como se nada fosse e no fim festejou com o spoter o encadeamento, simplesmente não queria acreditar”.

Se a escalada, é sinónimo de liberdade, é difícil pensar numa abordagem mais ascética: Viver nas zonas de escalada, levantar-se ao ritmo da natureza, deambular por montes e vales incorporando no trajecto a rocha, tentando captar a sua essência através do movimento, impermeável a rótulos, classificações e tendências.

Tem, no entanto, por vezes um olhar nebuloso, característica talvez de uma existência centrada em si próprio, temperada por inúmeros dias de conversas apenas consigo mesmo.

As mãos são impressionantes, se as mãos de um escalador são sempre singulares, as dele impressionam por ter uma camada de pele na parte superior que parece geneticamente modificada para escalar fissuras, e de facto escala sem vendar as mãos, mesmo as fissuras mais excruciantes, como se fosse desprovido de terminações nervosas, “ magoa? não é nada, com insistência habituas-te e depois não sentes nada” Diz-me calmamente, enquanto eu desesperado olho para as minhas pobres mãos vendadas. Estamos a experimentar um velho projecto da Freita uma incrível pança com uma fissura de dedos a fugir para mãos. Onde os entalamentos até parecem confortáveis, mas uma vez que nos penduramos, é como se uma prensa nos esmagasse as mãos, tal é a dor.

Este é o seu último objectivo, quer mudar de zona, mas esta fissura que já resolveu em pé, faz com que fique e espere mais uns dias, trabalhando pacientemente os seus movimentos, tempo não lhe falta efectivamente.

São oito e meia da noite, instala-se um nevoeiro típico da Freita, dando uma dimensão fantasmagórica aos montes que nos rodeiam. Estamos ali isolados num microcosmos, suspensos no tempo, na companhia de uma personagem que facilmente se enquadra naquele ambiente, existe? Existiu? Ou será apenas: Um Fantasma na Freita.