Sete Dias Sete Fotos. Tralenta Bloc Party VII

Julho 28, 2013
Sete Dias Sete Fotos. Tralenta Bloc Party VII

A foto em homenagem ao escalador desconhecido que tanto batalhou por levar a crash-pad para casa.

O jantar é organizado na tenda de acolhimento, com comida e bebida para todos os gostos, uma festa com um cantor entusiasmado e com um vasto repertório de “covers” de rock que juntamente com um DJ-escalador alimentaram todos os gostos musicais.

O despertar de Domingo foi especialmente duro, o sol tinha feito as suas vítimas e a nossa pele parecia sofrer de um efeito camaleónico juntamente com a t-shirt vermelha oferecida pela organização. As forças que restavam foram canalizadas para terminar os projetos do dia anterior. A meio da tarde é anunciado que iriam terminar o evento mais cedo que o previsto, devido à forte probabilidade de “orage”. Às primeiras nuvens carregadas do fim-de-tarde dirigimo-nos em passo lento para o carro, cansados e contrariados em voltar para o barulho da cidade, ao fim de alguns quilómetros observamos novamente ao longe a grande derrocada de deu origem à zona de bloco, era altura de dizer “Até para o ano! “

PS: Escrito utilizando o acordo desortográfico “Luso-Francês”. JA

Todas as fotos por José Abreu.


Sete Dias Sete Fotos. Tralenta Bloc Party VI

Julho 27, 2013
Sete Dias Sete Fotos. Tralenta Bloc Party VI

Cedric Taneur bloquea a “fundo” no “Du Tac au Tac” o bloco que iria servir para competição.

O meu espanto estava nos enormes colchões laranja que ridicularizavam as nossas crash’s, na realidade tratavam-se dos colchões usados para proteger os obstáculos na pista de ski, que juntamente com as paletes de madeira para nivelar o solo tornavam possível a escalada de quase todos os blocos.

Aquecimento feito é hora de partir para a acção e vasculhar o “caos”. A escolha recai num bloco recomendado ligeiramente extra-prumado, rapidamente nos organizamos num grupo de oito escaladores tentando decifrar os passos, o código sorri apenas a dois deles, o sol abrasador numa saída delicada e perigosa desencoraja os restantes.

Durante a tarde é anunciada uma competição num bloco surpresa que começa pontualmente às cinco da tarde, o bloco escolhido, à sombra evidentemente, é um pequeno tecto de movimentos de compressão e uma saída de “à-plats”, quem encadeasse com menos tentativas ganhava uma crash-pad. A maior parte dos participantes, entre os quais eu, viram a “crash” escorregar literalmente entre os dedos, devido às elevadas temperaturas, apenas um dos blocadores conseguiu, com muito custo, ultrapassar a saída e levar para casa a merecida “crash”. JA


Sete Dias Sete Fotos. Tralenta Bloc Party V

Julho 26, 2013
Sete Dias Sete Fotos. Tralenta Bloc Party V.

José Abreu em “Carré blanc”

A saída organiza-se para Sábado de manhã, a nós junta-se um outro José, Venezuelano residente em Lyon. Uma viagem de duas horas por “autoroute” deixa-nos a 50 km de Tralenta, o termómetro da “voiture” marcava próximo do trinta graus ainda antes da hora de almoço, os mil e qualquer coisa metros que nos faltava subir em altitude davam uma ligeira esperança. A subida do “vallée de la Maurienne” deixa-nos boquiabertos pela sua beleza, distraídos com a paisagem rapidamente chegamos a vila de “Bonneval-sur-arc”. O sol de montanha abrasador que sentimos ao sair do carro não deixava dúvidas que iria ser um dia duro.

O “entorno” é idílico. Uma pequena aldeia rodeada de montanhas e glaciares com um pequeno mas poderoso rio de água azul-turquesa. Longe de tudo é um local perfeito para um escape da grande cidade. Uma tenda gigante, preparada para o evento, acolhe-nos agradavelmente, inscrição feita, t-shirt “rouge” vestida e croqui na mão, é hora de partir à descoberta.

A marcha de aproximação de cinco minutos não dá tempo para grandes conversas, os primeiros blocos escaláveis, ainda fora do enorme “caos” onde estão os principais blocos, são perfeitos para aquecimento, a boa qualidade dos blocos e o grão macio torna extremamente agradável a escalada. JA


Sete Dias Sete Fotos. Tralenta Bloc Party IV

Julho 25, 2013
Sete Dias Sete Fotos. Tralenta Bloc Party IV

Ambiente de encontro em Tralenta

Tralenta é uma zona de bloco de tamanho médio localizada na região da Saboia. Antigo lugar secreto e famoso pelas cotações duras, comparte espaço com a base de uma estação de esqui. Após alguns anos como sítio secreto a FFME organizou, pelo segundo ano consecutivo, um encontro de bloco neste local, seguindo uma tradição do comité de Rhône-Alpes de organizar encontros de bloco no Verão em sítios de altitude que vai na décima edição.

Pensar em blocar no Sul de França no Verão faz-me pensar numa célebre volta à França em que se dizia que era para as pernas do Marco Pantani, um “trepador” de renome como se diz na gíria ciclística, pois fazia visita às principais estações de esqui Francesas. As escolas de bloco tem a mesma tendência quanto mais alto e estradas tiverem, melhor… JA


Sete Dias Sete Fotos. Tralenta Bloc Party III.

Julho 24, 2013
Sete Dias Sete Fotos. Tralenta Bloc Party III

Jose Chirinos testa a sua envergadura em “Carré blanc”.

Primeira semana de Julho. Começo a conseguir escalar uns fins-de-semana seguidos e a motivação sobe em paralelo com a temperatura. Uma conversa, entre blocos, no muro com o Cédric e organizamo-nos para o próximo fim-de-semana. Falta o escolher o destino, após o “terror” de Céüse fazê-lo voltar a escalar acompanhado de um objecto chamado corda parecia improvável, resignado a não escalar nesse fim-de-semana por falta de destino conveniente, recebo um “mail” sexta-feira ao final da tarde: “Tralenta bloc party 2013”. Uma chamada rápida, a perguntar a distancia e hora de saída, rapidamente me convencem a participar no encontro, observo introspectivo o horizonte pela janela pensando na ideia de fazer bloco em Julho, os 1800 metros de altitude rapidamente me fazem pensar ”Ça passe”. JA


Sete Dias Sete Fotos. Tralenta Bloc Party II

Julho 23, 2013
Sete Dias Sete Fotos. Tralenta Bloc Party II

Jose Chirinos no seu enésimo ensaio a “La force invisible”

 

O desnorte era tal que resolveram reatar a escalada desportiva, esquecida e esconjurada com promessas de ódio eterno. A eleição para a primeira aventura foi  uma pequena escola perdida nos confins da região da Borgonha. O material, a cheirar a “mofo”, saiu da mochila e o som metálico das expresses suou estranho aos ouvidos treinados apenas para ouvir o característico “poff” de uma queda na crash-pad. As sensações são boas. Rejubilados não estão com meias medidas: ” Week-end prochaine Céüse!”

Céüse, apelidada de “La plus belle falaise du monde”, não defrauda as espectativas, é de facto um ex-líbris da escalada mundial pela beleza e qualidade das vias, esconde, no entanto, algumas surpresas no que respeita à distâncias entre pontos. São vias equipadas noutros tempos, tempos em que cair traduzia-se sempre numa medida de dois números. O que até ali eram boas sensações rapidamente passaram a terror, numa das vias mais expostas da falésia, no típico “ vamos que têm as expresses postas”. Assunto arrumado e material de novo no fundo do armário, esperando por tempo mais prósperos ou novos donos… JA